sábado, 20 de dezembro de 2014

semear

deixo mil sementes com ela 
de muitas qualidades de plantas
e elas entre elas na terra dela 
vão saber nascer entre o céu, a água, e a terra
para que um calor lhes afague a existência.




segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

‘No fundo da matéria cresce uma vegetação escura; na noite da matéria
florescem flores negras. Elas já tem seu veludo e a fórmula de seu perfume.’
(BACHELARD:1998, pág 2)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

i pasti comune

8h30 fare la prima colazione
un caffè, uno caffellatte, o capuccino e un cornetto, due cornetti 


11h fare la merenda  l  fare uno spuntino ) i frutti


13h  pranzo  / pranzare / andare a pranzo / andare a colazione
cena / cenare / andare a cena
 un primo oppure, un secondo





gli antipasti
primo )piatto) .una massa/una minestra/un brodo/un risotto
secondo )piatto) .una carne)mucca.vaca)maiale.porco)agnello.cordeiro)pollo.frango)tachino.peru)pesce)frutti de mare)

terça-feira, 18 de novembro de 2014

um ser constrói sua morada
com suas madeiras e
pedras  e água
ele encrustra sua toca embaixo de uma raiz de árvore
ele deixa seu corpo ser povoado pelas raízes
e dorme enquanto a terra negra lhe acobre ternura

um outro ser também constrói a toca
no suvaco de um galho muito grosso bem no alto
e com seu bico ele faz com barro e galho
e se refugia com suas penas de veludo ali

eles se encontram no caminho
e são muito juntos nos olhos deles
e são muito felizes de terem se olhado
e se eles morrerem comidos por um gavião tudo bem

eles voltam pras tocas e cozinham arroz e feijão
na brasa do fogão de terra
e tudo parece bastante normal




quinta-feira, 9 de outubro de 2014

rocha negra.memória

aquelas pedras eram lindas.
ainda o são, ou devem o ser. pois imagino que lá estejam, mesmo sem eu para olhar. desde milhares de anos e desde antes dos anos e do tempo existirem palavras. aquelas pedras que abraçam o encontro do são miguel e o do tocantinzinho.
por vezes pareciam lagos escorridos de cobre fundido. esculturas metálicas quentes, lisas, macias, indestrutíveis. brotando do feixe de água misteriosamente no meio do cerrado seco.
foi ali mesmo que toquei a plenitude,
como se toca a água num sonho.
meus óculos haviam quebrado. meus dois pés estavam com bolhas e dores raízes,
b. estava lá. saímos ao léu na estrada e chegamos de carona ao encontro das águas.
ainda posso sentir meus óculos queimando prazerosamente no sol da pedra, observando ela caminhando rápida à minha frente. havia b. e havia eu, embaixo do sol, indo nadar na correnteza da água azul verde entre os cânions vivos do encontro.
                                                                                                    (dias depois fui com o peito aberto                                                                       fazer um batuque com esses guardiões, eles fantasiados de eco 
                                                                              dos meus tapas ritmados nesta mesma pedra negra) 

ainda sinto seu corpo quente e fresco, exalando nossa cachoeira. 
olhávamos a queda dágua, destruídora, mortal. era uma espiral. minha mão sentiu seu desejo. minha boca descansou no pescoço dourado. eu via a morte. Então um pato desajeitado se deixou levar à morte certa. emergiu pouco depois co um peixe na boca.  

quarta-feira, 3 de setembro de 2014


instruções

tire o som do primeiro video
dê play nos dois outros
e mude os volumes a gosto
e veja o primeiro na tela inteira
 





segunda-feira, 1 de setembro de 2014

adentre a dúvida



poema seja lido a duas vozes
três versos um, 
três versos outro.


caminho na inércia da dúvida
pois há caminhos lapidados na solidão
e caminhos lapidados a várias mãos

as sombras azuis entre a luz amarela
no bosque do meu bairro quieto
o lento sutil vapor da xícara do meu chá

há realmente perigo nessa trilha?
ou amanhã virei junto a outros
desfrutando os riscos sem medo?

desenho os bosques as xícaras
cozinho meu lámen com missô e hondashi
durmo em minha cama repleta de meu próprio cheiro

espera    silencioso suporto
mas meus olhos não param nem mesmo
nas sombras azuis no vapor sutil

sonho com água com cristais
leio as poesias como chocolates
encho plenamente de café o bule aluz da manhã

desejo saber
pois não me olvido o desenho
da boca.esqueço as palavras

rego minhas plantas crescendo
planto pequenas mudas.
germino minhas sementes de mucúna feijão milho 

sonho com o aconchego com a tranquilidade
com o tesão com a construção
antecipo meses anos

trabalho perto do chão
desenhando pequenas árvores
nos papéis dos meus cadernos

fui ferroado mas o veneno não se espalha
fica apenas no provir de meu corpo
fica apenas onde no meu corpo há dúvida






desenho.sasai kouta












quarta-feira, 21 de maio de 2014

outra vez a lua
esverdeando a palha seca
da beira do rio

outra vez meu caminho
minha parada sobre a ponte
ouvindo os conselhos desse rio

e se nessa ponte
lhe cruzasse
atravessando a geografia?

atravessar a atmosfera
num desenho
de uma linha solta


...em poucos segundo pisarmos
na rocha porosa
do sonhos

depois deslizarmos de volta
num buraco de minhoca .com um buraco no peito.
quando chega a próxima lua cheia?


sábado, 26 de abril de 2014

Uma pena para U.

dar-lhes o gosto da ausência
nosso afeto aumenta













nesse dia imaginei
e desimaginei
desenganado
,e instantaneamente
brotavam gotas do céu
deslizando a atmosfera invernal da preparação de maio
caindo
sobre o rio
já suficientemente molhado

desengano
pois nada sei desse rio
desértico
...abraçado na presença dessa rocha negra

será que devo abandonar
o ímpeto taurino
de obstinadamente procurar?
devo parar de procurar.

então me parece, U., que
concreto, íntegro,
virá a meu encontro
o vento fértil.
...pois já lancei meu grito ao vento
impronunciáveis vezes
e só recebo poeira fina
que me pareceu ouro
na tarde antiga do abril tardio
entrando nos meus olhos.



e minhas frutas repousam e
se decompõem nos canteiros sem serem colhidas pelo ouro do vento
pelas mãos delicadas que aparecem nas pinturas
penduradas no futuro
,nas paredes do futuro, J.

essa rocha ainda não se cansa de lembrar
a rocha negra que ilumina a horta notura

segunda-feira, 14 de abril de 2014

nosso amigo foi-se aos poucos
para tornar-se poeira das estrelas
…traçou um plano por anos
silenciosamente-secreto
para transparente e leve
ir-se junto à torrente.
nos preparou, em segredo,
ao seu sumiço;
acostumou-nos à sua ausência
eou à sua presença rarefeita;
tornou-se suave
aos poucos
e lentamente sorriu solene
enquanto nos observava
ficar.
mofar.
dormir.
falou-nos baixo no pé dos ouvidos (a vida pôde nos cruzar nessa trança curiosa da vida
e fomos o que somos, até hoje)
nós, gratos, nos amamos sem apego
conservamos sem a carne
amor carnal e intenso.
e nem percebi,
quando já há ano,
não nos falávamos,
não sabíamos do paradeiro
do nosso raro amigo.
só hoje ao deitar-me
pude ver a linda renda
trançada com sua mão de ouro
nas curvas do tempo.
só hoje vi o tamanho do seu amor,
presente em tudo.
ausente em tudo.
só hoje notei
a sua presença em todo instante, latente,
somente hoje
notei
que ele nunca existiu.