domingo, 24 de outubro de 2010

Fluído Obscuro

Lusco-fusco
Um pássaro chafurda
um corpo de sangue,
As folhas não existem.
Um sonho consome
-um sorriso-
o resto de nós;
Nós morremos.

Onde estão nossas formas?
e que dores nos aguardam?

As sombras da meia-luz
são as almas
que nos espantam de nós;
As sombras deslizam ferozes
porém, silenciosas -
As sombras são flores.

Parece que o lusco-fusco
é o sinal dessa trama;
o lusco-fusco é um rastro
do demônio que nos segue;
As folhas nos deixam a sós
As folhas ressitam seu chocalho
As folhas não nos acompanham
pois estão presas sob o preto
só há vento
parado
rangendo
angústia
de flores.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Notas




Algo puxa sempre meu corpo
um centro, um ponto
é o universo concêntrico
carrega em si tudo que é possível
e tudo que é impossível
pois percorre tudo sem saber o que é o tempo.

Esse ponto me puxa pois
puxa tudo que existe
e o que não existe
sem o cuidado de saber
se esses dois mundos não se anulam

Alguns homens confundem esse ponto
com a cama
com a mulher
com o sono
com o sonho
etc
Tanto faz
pois ele é tudo e não é tudo
é nada e não é nada
é um ponto e não é
por isso não existe.
tanto faz pensá-lo ou vê-lo
ele se perde
depois de morto