segunda-feira, 1 de setembro de 2014

adentre a dúvida



poema seja lido a duas vozes
três versos um, 
três versos outro.


caminho na inércia da dúvida
pois há caminhos lapidados na solidão
e caminhos lapidados a várias mãos

as sombras azuis entre a luz amarela
no bosque do meu bairro quieto
o lento sutil vapor da xícara do meu chá

há realmente perigo nessa trilha?
ou amanhã virei junto a outros
desfrutando os riscos sem medo?

desenho os bosques as xícaras
cozinho meu lámen com missô e hondashi
durmo em minha cama repleta de meu próprio cheiro

espera    silencioso suporto
mas meus olhos não param nem mesmo
nas sombras azuis no vapor sutil

sonho com água com cristais
leio as poesias como chocolates
encho plenamente de café o bule aluz da manhã

desejo saber
pois não me olvido o desenho
da boca.esqueço as palavras

rego minhas plantas crescendo
planto pequenas mudas.
germino minhas sementes de mucúna feijão milho 

sonho com o aconchego com a tranquilidade
com o tesão com a construção
antecipo meses anos

trabalho perto do chão
desenhando pequenas árvores
nos papéis dos meus cadernos

fui ferroado mas o veneno não se espalha
fica apenas no provir de meu corpo
fica apenas onde no meu corpo há dúvida






desenho.sasai kouta












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