quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

arrumava a casa


como quem organiza, lubrifica e aquece
seus espaços interiores;
pensava; sentia; agia;
saboreava o movimento explosivo e lento da limpeza,
e chegava a pontos cardeais da sua imagem-estrutura atual.

alimentando-se desse movimento, via fluir um liquido
de de brilho prateado
correndo no seus corpos.

via que era precisamente
a arrumação,
a manutenção,
a atenção, o cuidado e a criatividade,
que equilibravam a balança
entre a
entropia e a sintropia;

via que sua casa era uma floresta,
e as dinamicas desse espaço,
do qual ela é guardiã,
eram uma linda e assustadora interação
entre os seres, o tempo, o espaço...

e via que a floresta estava espelhada e arquitetada
dentro dela.
como um mapa dimensional interno,
que a fazia entender ou ao menos intuir os caminhos da mata;

arrumava a casa
como quem observa e age,
olha, planta e colhe,
poda, arruma, refaz,
compõe, destrói, aninha,
nina, canta, trança e despedaça,