sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cartas de Argila





olá V. 
desculpa demorar tanto em te mandar isso, mas eu odeio não terminar as coisas que comecei, e tbm guardar meus sonhos só pra mim. 
pra reforçar: eu levo a sério meus sonhos, e apesar da internet ser uma coisa meio informal, eu acho que ela pode ser um meio legal de correspondência.

Foi o seguinte: numa festa por acaso eu te encontro, e desde o princípio da festa quero te encontrar. te encontro. Você me desdenha - lembre-se que é um sonho - e dificulta as coisas. durante toda a festa eu te procuro, você só me foge. fica assim o sonho todo. só no final, depois de bastante esforço eu consigo um beijo e confiança. a festa é mais alegre e todos gritam, entre risos e confetes, enquanto falo com você rosto-a-rosto. 

foi basicamente isto. claro que mais intenso e mais bonito, mas em termos gerais foi isso. 

***

bom, eu não te conheço nem um pouco, e tbm não quero q vc me ache um louco. mas apesar disso, eu acho que todo nós somos loucos, e eu acho que a vida pode ficar mais interessante.
vc decide o que fazer com esse sonho. é seu. Só peço que seja um segredo absoluto, que vc não me faça de idiota com isso: é sincero, e eu não espero nada.
as cartas são lindas porque dizem coisas que não podem ser ditas ao vivo, por isso eu te mandei isso. tudo é diferente em carne e osso.


espero alguma resposta.
um beijo, Deni


(imagem ao topo: foto da série "Sobreposições Fotográficas", 2001, de Luise Weiss; retirada de seu blog Relatos Poéticos)

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